Escrito por Giselle Ulbrich |15 de outubro de 2019 | Tribuna do Paraná

Até então, acreditava-se que o último pirata vivo no planeta tinha sido o espanhol Dom Pedro Gilbert, que foi enforcado em 1835 em Boston, nos Estados Unidos. Mas achados recentes comprovam que o último pirata do mundo morou e morreu em Curitiba: era o pirata Zulmiro (o ex-militar inglês Francis Hodder), que viveu na capital por mais de 50 anos com o nome de João Francisco Inglez, e morreu por aqui em 1889, aos 90 anos. A descoberta coloca a capital paranaense definitivamente dentro da história mundial dos tesouros e da pirataria.

A Prefeitura de Curitiba reconheceu oficialmente, na tarde desta terça-feira (15), os documentos que comprovam a vida do pirata Zulmiro na capital. Com isto, disse o prefeito Rafael Greca, durante cerimônia no Memorial de Curitiba, realizada para alunos de escolas municipais, a lenda do pirata Zulmiro passou de mera estória (fato irreal), para a história da capital paranaense.

“A lenda que eu ouvia dos lábios dos meus pais e avós se transformou em história verdadeira, com direito a ossos sepultados no Cemitério Municipal e até certidão de óbito no Cartório Eclesiástico da Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais (em referência aos documentos encontrados). Por isso eu convidei o pirata Zulmiro (o pesquisador Marcos Juliano Ofenbock, que descobriu os documentos) para vir aqui no Memorial de Curitiba e entrar pela porta da frente na nossa história”, ressaltou o prefeito Rafael Greca.

De lenda à história real

Marcos se orgulha de suas descobertas. Há 20 anos, ele foi pedir a Rafael Greca, na época deputado, para explorar os túneis subterrâneos secretos que existem em Curitiba, por acreditar que Zulmiro tinha escondido seu tesouro em algum deles. Em suas pesquisas, acabou descobrindo que os túneis nada tinham a ver com o tesouro, que foi na verdade escondido na Ilha da Trindade, que fica no litoral do Espírito Santo.

Crianças ouviram Marcos falar sobre como Zulmiro chegou a Curitiba. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Mas Marcos precisava provar que a lenda não era ficção. Em suas pesquisas descobriu alguns documentos, como certidões de óbito e da propriedade em que o pirata morou no bairro Pilarzinho, em Curitiba (onde hoje é a Universidade Livre do Meio Ambiente), que comprovam a existência do pirata, que se casou com a escrava que ele comprou um ano depois de chegar á capital e com quem teve quatro filhos.

Na certidão de óbito de Zulmiro, a esposa é descrita como Rita “de tal”, já que escravos não possuíam sobrenome na época. E nesta mesma certidão consta que ele deixou quatro herdeiros, porém somente os nome de três deles são descrito no documento: Joaquim, José, Maria e mais uma menina. Pelo que se sabe, Joaquim teve sete filhos.

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